Jennifer Lawrence aos poucos se torna uma espécie de nova Meryl Streep. Calma. Não à qualidade enquanto atriz. Ela é boa. Meryl é uma lenda viva. Ou seja, precisa comer muito arroz com feijão para chegar lá. Mas sim por que, tal qual a veterana, qualquer papel melhorzinho lhe rende uma indicação ao Oscar. Foi assim neste “Joy: O Nome do Sucesso”.
A jovem intérprete volta a trabalhar sob direção de David O. Russell. Sinal de gratidão. Foi em filmes dele que ela ganhou uma estatueta de melhor atriz (“O Lado Bom da Vida”, 2012) e teve outra indicação de coadjuvante (“Trapaça”, 2013). Ok, J. Law tinha concorrido ao Oscar pelo denso “Inverno da Alma” (2010), sua melhor atuação até hoje. Não que esteja ruim em “Joy: O Nome do Sucesso”. O problema é que a personagem pede alguém mais madura. Lawrence é muito nova para viver a verídica mãe solteira que possui parentes malucos e ainda assim consegue empreender e criar um produto de sucesso, tornando-se uma das maiores empresárias dos EUA. Esforça-se, porém não convence. Prejudicada também pelo trabalho de maquiagem que não consegue rejuvenescê-la ou envelhecê-la quando preciso.
Robert De Niro e Bradley Cooper também voltam a trabalhar com o cineasta. Também gratos, já que tiveram atuações premiadas em filmes dele. Russell, inclusive, se transformou em queridinho dos atores de Hollywood. Mas aqui tem seu trabalho menos inspirado desde “O Vencedor” (2010). Cai em lugares comuns e não consegue desenvolver a interação dinâmica e envolvente entre personagens de trabalhos anteriores.
A história original de Joy Mangano é muito mais inspiradora que o filme e serve como exemplo de mulher que superou diversas adversidades e não se deixou intimidar pelos homens e pela agressividade no mundo dos negócios.
JOY: O NOME DO SUCESSO (Joy).
EUA. 2015.
Direção: David O. Russell.
Com Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Robert De Niro, Édgar Ramírez, Dascha Polanco, Diane Ladd, Edmund Resendes, Elisabeth Röhm, Erica McDermott, Gia Gadsby, Isabella Rossellini.
124 minutos.