Entidades do movimento gay protestam contra comentários de Marcos Mion no “Legendários”, da Record. Durante o programa humorístico, o apresentador disse que a drag queen Nany People “tem surpresinha” e perguntou “o que ela faz com o pacote” na hora do banho.
De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, publicada nesta terça, 31, na Folha de S. Paulo, tanto o apresentador quanto a emissora estão sendo processados por homofobia.
Mion informou que o caso está sob responsabilidade do departamento jurídico da Record. Já os representantes da emissora afirmam que houve “exercício da liberdade de expressão” que “não feriu ninguém”.
O caso fez o humorista Danilo Gentili, do programa CQC, da TV Bandeirantes, protestar em seu Twitter. “Bem ridículo processarem o Mion por homofobia. Ele não disse nada demais. Tempos chatinhos esses que vivemos”, escreveu Gentili.
Vale lembrar que Gentilli recentemente protagonizou um momento no mínimo constrangedor, ao comentar a desistência do governo de São Paulo de fazer uma estação de metrô na avenida Angélica, na região de Higienópolis, bairro de riquinhos em São Paulo. Ele fez piada com o fato da região concentrar grande número de judeus. “Entendo os velhos de Higienópolis temerem o metrô. A última vez que eles chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz”, escreveu o humorista na rede social. Imediatamente, a frase foi replicada por centenas de usuários e provocou críticas. Logo depois, ele retirou a frase do site, mas o estrago estava feito.
Não são poucas as vezes que pessoas utilizam-se da desculpa que utilizaram “liberdade de expressão” e que vivemos tempos de “politicamente correto”. Como se buscar o correto fosse ser chato. E geralmente essas piadinhas partem de pessoas que detêm certa posição na mídia ou incluem classes sociais abastadas.
Se lutar contra o preconceito é ser chato, careta, que o mundo fique cada vez mais chato. Ao menos, um dia, poderemos viver em paz.