“Twist and Shout”, música de Phil Medley e Bert Russell, que ficou mundialmente conhecida na gravação dos Beatles, talvez seja mais lembrada por muita gente graças a uma cena antológica de um certo filme, que mostra um garoto em cima de um carro alegórico, durante desfile alemão por uma avenida de Chicago, e que leva milhares de pessoas a cantarem junto a canção.
O rapaz chama-se Farris Bueller e “o” filme “Curtindo a Vida Adoidado”, clássico do cinema adolescente lançado em 1986, reprisado tantas vezes nas Sessões da Tarde e Temperaturas Máximas da vida que, apesar de ter sido realizado durante os anos 80, conseguiu atrair a atenção de todas as gerações teen subsequentes.
Impossível não idolatrar Farris, que em apenas um dia realizou por tabela o sonho de milhões de garotos: cabular a aula e levar a namorada para passear pelos lugares mais descolados da cidade na Ferrari “emprestada” do pai de seu melhor amigo, que o acompanha na aventura. A escapulida ainda serve para deixar enfurecidos sua irmã mais velha e o diretor autoritário da escola onde estuda.
O sucesso do longa pode ser atribuído a alguns fatores: Matthew Broderick, apesar de não mais ser um garoto na época, caiu como uma luva para o papel principal, o elenco coadjuvante é ótimo, desde a bela Mia Sarah, à Jennifer Grey e Charlie Sheen, que fez pequena aparição. A trilha sonora bacana e as gags deliciosas também colaboraram. Mas principalmente, o “culpado” por tornar “Curtindo a Vida Adoidado” um clássico é o diretor e roteirista John Hughes, cineasta que melhor soube dialogar com os adolescentes na história da sétima arte.
“Curtindo a Vida Adoidado”
Infelizmente ele nos deixou órfãos no último dia 6 de agosto, quando faleceu vítima de um infarto em Nova York, onde passava suas férias.
Chamado de Spielberg das comédias sobre jovens, ídolo de Kevin Smith (“Procura-se Amy”), Hughes, que retratou suas estórias sempre nos arredores de Chicago, nasceu em 1950, num dia 18 de fevereiro, em Lansing, Michigan. Estudou na Glenbrook North High School e deu início à sua brilhante carreira escrevendo, na década de 70, para a humorística National Lampoon’s Magazine.
Seu talento como criador impressionava. Era capaz de escrever um roteiro em uma semana e tinha a sensibilidade necessária que muitos pais não tiveram e ainda não possuem: compreender os adolescentes, fazer o jovem identificar-se, falando de forma realista e natural para esse público. Os nerds, então, encontraram nele um amigo, um confidente, deixaram de ser o motivo de chacota para virarem heróis. Hughes nos deu esperança.
“Clube dos 5”
Roteirizou “Class Reunion” (1982), “Nate and Hayes” e “Vacation” (ambos de 1983), mas foi em 1984 que ele começou a ganhar o mundo, lançando ao estrelado a atriz Molly Ringwald, a “Juno” da década de 80, em “Gatinhas e Gatões”, primeiro de quatro produções celebradas e inesquecíveis: as outras três são “Clube dos 5” e “Mulher Nota 1000”, os dois lançados em 1985, e o já citado “Curtindo…”, do ano seguinte.
Todos clássicos absolutos. Filmes que jamais nos enjoam, com tramas divertidas, universais e atemporais. Afinal, não importa o ano ou a década, sempre vai haver um garoto deslocado em busca de identificação.
Fora esse “tato” para levar compreensão e felicidade à garotada, o cineasta foi pródigo catapultar a carreira de novos talentos. Revelou, além de Molly, atores como Emilo Estévez, e seu irmão Charlie Sheen, o próprio Matthew Broderick e até Macaulay Culkin, este último em “Quem vê Cara Não vê Coração” (1989).
“Gatinhas e Gatões”
Produziu “A Garota de Rosa Schocking” (outro estrelado por Molly) e “Alguém Muito Especial”, filmes dirigidos por Howard Deutch, que foi lançado por ele, e ainda foi roteirista e produtor de vários longas infantis de sucesso como os três “Esqueceram de Mim” (1990, 1992 e 1997), “Dennis, o Pimentinha” “1993”, “Ninguém Segura esse Bebê” (1994), “101 Dálmatas” (1996), “Flubber” (1997) e “Nadando Contra a Corrente” (1998).
Viveu recluso nos últimos anos, longe da mídia, o que tornou maior seu mito. Ainda colaborou com roteiros de “Os Viajantes do Tempo” (2001), “Encontro de Amor” (2002) e “Meu Nome é Taylor, Drillbit Taylor/Drillbit Taylor” (2008).
Seu legado para o cinema é imenso. “American Pie”, “Ela É Demais”, “Nunca Fui Beijada”, “Mal Posso Esperar”, “10 Coisas que Eu Odeio em Você”, “De Repente 30”, “Ela Não Está Tão a Fim de Você” e “Juno” beberam diretamente na fonte da escola John Hughes.
No mesmo ano somos obrigados a nos despedir de duas figuras que tanto fizeram pela juventude. Dois ídolos pop. Michael Jackson, e agora Hughes. O mundo encontrará substitutos? Não dá pra saber. Mas se realmente aprendemos a lição deixada por eles, não podemos perder a esperança.
Filmografia como diretor:
1984 – Gatinha e Gatões (Sixteen Candles).
1985 – Clube dos 5 (The Breakfast Club. Molly Ringwald).
1985 – Mulher Nota Mil (Weird Science).
1985 – Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller’s Day off).
1987 – Antes só do que Mal Acompanhado (Planes, Trains and Automobiles).
1988 – Ela vai Ter um Bebê (She’s Having a Baby).
1989 – Quem vê Cara Não vê Coração (Uncle Buck).
1991 – A Malandrinha (Curly Sue).
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